Textos

Manhã de outono
Há algo nas manhãs de outono,
Quando a névoa abraça as árvores,
No modo como a bruma se dissipa lentamente,
Revelando o brilho suave do dia que se inicia
É como o teu sorriso,
Que, mesmo escondido por trás de palavras,
Sempre encontra uma maneira de me iluminar

Observo as folhas que caem,
Girando em seu caminho silencioso até o chão.
Elas lembram as tuas mãos,
Que, mesmo quando se afastam,
Deixam marcas leves, quase imperceptíveis,
Mas que o vento da memória não consegue varrer.

E o rio, que corre pacientemente entre as pedras,
Sussurra segredos que só a natureza entende.
Ele segue seu curso, contornando obstáculos,
Como se soubesse que o destino é inevitável,
E em cada curva, vejo o traço de tua presença,
Sempre ali, sempre fluindo, surpreendendo,
Mesmo quando não posso tocar.

Quando a noite cai e o céu se cobre de estrelas,
Encontro-me a olhar o espaço imenso,
Onde cada ponto de luz, distante e inacessível,
Faz-me lembrar o que está além do que os olhos veem,
mas que o coração insiste em sentir.

Olho para as montanhas à distância,
E sinto um convite para abraçar a constância e a paciência,
E embora não as alcance,
Sinto-as como sinto a ti,
Sempre presente, sempre ali,
Nos detalhes daquilo que não se diz,

Enfim, suspiro
E percebo a grandeza da natureza
E nela vejo o reflexo
Do amor que está sendo construído
Pelas mesmas mãos que arquitetaram o universo
Anamí
Enviado por Anamí em 20/08/2024
Alterado em 20/08/2024


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